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Texto Interessante

D-Nox

Knight
Texto Interessante

Já que os admins tão de palhaçada e acham q qqer post sobre o Iraque, Oriente Médio, Islam e afins não podem ser postados pq geram uma flamewar, fica so pra galera aqui mesmo, um texto muito interessante que eu encontrei, de um filósofo de Jerusalém.
Logo em baixo, vai outro texto, (esse em inglês) que eu achei que tb tinha bastante a ver com o assunto. Quem tiver paciência pra ler tudo, opine :)



Palavras de Edward Said no prefácio da edição de 2003 da sua obra mais conhecida; Orientalismo. Intelectual nascido em 1935 em Jerusalém que, na época, era da Palestina. Lecionou nas Universidades de Columbia, Harvard, John Hopkins e Yale. Morreu em 2005.


" As sociedades contemporâneas de árabes e muçulmanos sofreram um ataque tão maciço, tão calculadamente agressivo em razão de seu atraso, de sua falta de democracia e de sua supressão dos direitos das mulheres que simplesmente esquecemos que noções como modernidade, iluminismo e democracia não são, de modo algum, conceitos simples e consensuais que se encontram ou não, como ovos de Páscoa, na sala de casa.

A leviandade estarrecedora dos publicistas inconsequentes que falam em nome da política externa e que não têm a menor noção da vida real nesses lugares (nem nenhum conhecimento da língua ou do que as pessoas reais efetivamente falam) fabricou uma paisagem árida ã espera de que o poderio americano venha construir um modelo sucedâneo de "democracia" de livre mercado, sem nem sequer a sombra de uma dúvida de que tais projetos não existem fora da Academia de Lagado, de Swift.
Também defendo o ponto de vista de que existe uma diferença entre um conhecimento de outros povos e outras eras que resulta da compreensão, da compaixão, do estudo e da análise cuidadosos no interesse deles mesmos e, de outro lado, conhecimento - se é que setrata de conhecimento - integrado a uma campanha abrangente de auto-afirmação, beligerância e guerra declarada. Existe, afinal, uma profunda diferença entre o desejo de compreender por razões de coexistência e de alargamento de horizontes, e o desejo de conhecimento por razões de controle e dominação externa. Sem dúvida trata-se de uma das catástrofes intelectuais da história o fato de que uma guerra imperialista fabricada por um pequeno grupo de funcionários públicos norte-americanos não eleitos (e que alguém chamou de chicken-hawks, pelo fato de que nenhum deles fez seviço militar) tenha sido desencadeada contra uma ditadura em frangalhos no Terceiro Mundo por razões puramente ideológicas, ligadas a dominação mundial, controle da segurança e escassez de recursos, porém com os reais objetivos mascarados - e sua necessidade defendia e explicada - por orientalistas que traíram o compromisso acadêmico.

Hoje em dia as livrarias norte-americanas estão lotadas de impressos de má qualidade ostentando manchetes alarmistas sobre o islã e o terror, o islã dissecado, a ameaça árabe e a ameaça muçulmana, tudo escrito por polemistas políticos que alegam deter conhecimentos oferecidos a eles e a outros por especialistas que, supostamente, atingiram o âmago desses estranhos e remotos povos orientais que têm sido um espinho tão terrível em "nossa" carne. Toda essa sabedoria belicosa é acompanhada pelas onipresentes CNNs e Foxes deste mundo, juntamente com quantidades miríficas de emissoras de rádio evangélicas e direitistas, além de incontáveis tablóides e até jornais de porte médio, todos reciclando as mesmas fábulas inverificáveis e as mesmas vastas generalizações com o propósito de sacudir a "América" contra o diabo estrangeiro.

Mesmo com todos os seus terríveis fracassos e seu ditador lamentável parcialmente criado pela política americana de duas décadas atrás, o fato é que, se o Iraque fosse o maior exportador mundial de bananas ou laranjas, sem dúvida não teria havido guerra nem histeria em torno de armas de destruição em massa misteriosamente desaparecidas, e efetivos de proporções descomunais do exército, da marinha e da aeronáutica não teriam sido transportados a uma distância de mais de 11 mil quilômetros com o objetivo de destruir um país que nem os americanos cultos conhecem direito, tudo em nome da "liberdade". Sem um sentimento bem organizado de que aquela gente que mora lá não é como "nós" e não aprecia "nossos" valeores - justamente o cerne do dogma orientalista tradicional, tal como descrevo seu surgimento e sua circulação neste livro -, não teria havido guerra.

Agora foi juntar-se a essas pessoas, no Iraque, um verdadeiro exército de empreiteiros privados e empresários ávidos a quem serão confiadas todas as coisas - da elaboração de livros didáticos e da Constituição nacional à remodelagem da vida política iraquiana e da indústria petrolífera do país. Todos os impérios que já existiram, em seus discursos oficiais, afirmaram não ser como os outros, explicaram que suas circunstâncias são especiais, que existem com a missão de educar, civilizar e instaurar a ordem e a democracia, e que só em último caso recorrem à forçã. Além disso, o que é mais triste, sempre aparece um coro de intelectuais de boa vontade para dizer palavras pacificadoras acerca de impérios benignos e altruístas, como se não devêssemos confiar na evidência que nossos próprios olhos nos oferecem quando contemplamos a destruição, a miséria e a morte trazidas pela mais recente mission civilisatrice.

A educação é ameaçada por ortodoxias nacionalistas e religiosas constantemente disseminadas pelos meios de comunicação de massa que focalizam a-historicamente e de maneira sensacionalista guerras eletrônicas remotas, transmitindo à audiência o sentimento de precisão cirúrgica, mas na realidade encobrindo o sofrimento e a destruição terríveis produzidos pela guerra "limpa" de hoje. Na demonização de um inimigo desconhecido, em relação ao qual a etiqueta "terrorista" serve ao proósito geral de manter as pessoas mobilizadas e enraivecidas, as imagens da mídia atraem atenção excessiva e podem ser exploradas em épocas de crise e insegurançã do tipo produzido pelo período pós Onze de Setembro. Falando ao mesmo tempo como norte-americano e como árabe, tenho de pedir ao meu leitor que não subestime o tipo de visão simplificada do mundo que um grupo relativamente pequeno de civis de elite ligados ao Pentágono formulou para a política dos Estados Unidos em todo o mundo árabe e em todo o mundo islâmico, uma visão em que o terror, a guerra preventiva e a mudança unilateral de regime - sustentados pelo orçamento militar mais polpudo da história - constituem as idéias centrais, debatidas incansável e empobrecedoramente por uma mídia que se arroga o papel de fornecer supostos "especialistas" que validem a linha geral do governo. Devo observar, ainda, que está longe de ser coincidência o fato de que o general Sharon, de Israel, que em 1982 liderou a invasão do Líbano com o objetivo de mudar o governo libanês e matou 17 mil civis no processo, é agora um parceiro de George W. Bush na "paz", e que nos Estados Unidos, pelo menos, não houve contestação suficiente da tese duvidosa de que só o poderio militar será capaz de alterar o mapa do planeta."







In light of the current situation in the Middle East and the terrorist destruction in the U.S on September 11, Said's theory is particularly illuminating. U.S. attention is on the Islamic people of the Middle East, and the understanding of the mainstream seems to be that is that these Arabs are "other" people, people not like us, people who have strange values and beliefs. And, it goes without saying that the society of strange people is inferior. It is obvious from the popular news media that Orientalism is still very much alive. Islam is misunderstood and distorted when the prejudicial connotations of the past are not challenged. All of the scholarship of the West, studying the religion, language and culture of the Middle East, has not promoted a better understanding of Islam. For many Westerners, Islamic society is still understood in terms of the West's Oriental history (the heathen violent fighters of the Crusades), and not in the context of followers of a religion that shares much with both Judaism and Christianity. There is a profound ignorance about reality that enables this inaccurate and prejudicial view. Awareness of this "Orientalism" is an important first step.


Said's premise in Orientalism is that the West has a long history of purposefully misunderstanding the Middle East. The Western imagination of the Middle East bears little resemblance to the reality, and this inaccuracy is used to justify our political and economic course. If we are to truly assist in achieving a resolution to the current crisis, we must examine not only the "Orientals" but also ourselves.
 

Howl

Sorceror
Re: Texto Interessante

Xeneize;774554 said:
caraaaaiyooo i cant read portugues lol
well, i can understand it if i read slowly.

Whaa? I thought you were from Brazil?
 
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